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Analisando as Transformações Demográficas do Censo 2022 do IBGE e Seu Impacto no Mercado Imobiliário

No mês de junho deste ano, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou os resultados tão aguardados do Censo Demográfico 2022, fornecendo uma visão atualizada do panorama nacional após mais de uma década de mudanças desde o último censo realizado.

Com base nesses dados, identificamos 11 tendências demográficas que possuem o potencial de influenciar significativamente o mercado imobiliário, tornando-se pontos de atenção cruciais para o setor. Neste artigo, vamos explorar cada uma dessas tendências em detalhes.

  1. Crescimento da População em Áreas Rurais e Pequenas Cidades

Uma observação intrigante é que 65% do aumento populacional entre os anos de 2010 e 2022 aconteceu em regiões rurais e cidades de médio porte.

  1. Decréscimo Populacional em Grandes Centros Urbanos

Os dados também revelaram um declínio populacional em algumas das principais cidades do país, como Rio de Janeiro (-1,7%), Porto Alegre (-5,4%) e Salvador (-9,6%), além de diversas regiões metropolitanas. Fatores como a percepção crescente de insegurança e a desaceleração econômica contribuíram para esse cenário.

  1. Expansão nas Regiões de Maior Crescimento Econômico

Apesar do declínio em alguns centros urbanos, regiões e cidades com crescimento econômico notável apresentaram expansão. Um exemplo notável é a Região Centro-Oeste, que registrou um crescimento anual de 1,23%, enquanto o crescimento nacional foi de apenas 0,52%.

  1. Redução Populacional em Diversos Municípios

Outro ponto relevante é que 43% dos municípios brasileiros experimentaram uma diminuição em sua população. Essa dicotomia entre crescimento populacional positivo e negativo é claramente perceptível.

  1. Aumento do Número de Famílias e Redução de Seu Tamanho

Enquanto a população cresceu 6,45% entre 2010 e 2022, o número de famílias aumentou em 34%, ultrapassando 90 milhões de domicílios ocupados. Essa discrepância é explicada pela redução do tamanho médio das famílias, que passou de 3,31 para 2,79 pessoas por domicílio, apontando para a tendência de famílias mais reduzidas.

  1. Queda Drástica na Taxa de Natalidade

Simultaneamente à redução do tamanho das famílias, observa-se uma acentuada queda na taxa de natalidade, indicando que o Brasil está consideravelmente abaixo da taxa de reposição populacional. Estima-se que a taxa de fecundidade esteja em 1,75 filhos por mulher, enquanto o mínimo necessário para evitar um declínio populacional é de 2,1 filhos.

  1. População Economicamente Ativa com Média de 40 Anos

A média de idade da população economicamente ativa (PEA) no Brasil gira em torno de 40 anos, evidenciando um envelhecimento acelerado da população. Isso destaca o crescimento do mercado sênior e ressalta a importância de um planejamento previdenciário sólido para as famílias. Calcula-se que o período de bônus demográfico deva encerrar por volta de 2035.

  1. Crescimento da Urbanização

Também é perceptível um aumento contínuo na urbanização, com 5% das cidades brasileiras abrigando 56% da população total. Isso aponta para um papel central das cidades na demanda. É relevante destacar que 5 estados concentram 52% da população do Brasil: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná.

  1. Expansão em Algumas Capitais

Ao examinarmos os dados, fica evidente o crescimento de algumas capitais: São Paulo (1,8%), Brasília (9,6%), Manaus (14,5%), Curitiba (1,2%), São Luís (2,3%), Maceió (2,7%), Campo Grande (14,1%), Teresina (6,4%) e João Pessoa (15,3%).

  1. Expansão Significativa em Alguns Estados

Os estados que mais cresceram no Brasil foram Roraima (41,3%), Santa Catarina (21,8%), Mato Grosso (20,5%) e Goiás (17,5%). Isso contribuiu para o desenvolvimento robusto do mercado imobiliário entre 2010 e 2022.

  1. Crescimento Expressivo em Cidades Selecionadas

Por fim, é essencial destacar as cidades que experimentaram o maior crescimento no período, impulsionadas principalmente pelo dinamismo econômico:

  • Canaã dos Carajás (PA) – 188%
  • Abadia de Goiás (GO) — 177,56%
  • Extremoz (RN) — 150,60%
  • Goianira (GO) — 111,16%
  • Itapoá (SC) — 108,29%
  • Querência (MT) — 105,39%
  • Barra Velha (SC) — 102,68%
  • Satuba (AL) — 95,11%
  • Passo de Torres (SC) — 94,61%

Essas são as 11 tendências demográficas identificadas no Censo Demográfico 2022 do IBGE, que podem ter um impacto significativo no mercado imobiliário. É fundamental que os profissionais desse setor estejam atentos a essas transformações para adaptar e planejar suas estratégias de forma eficaz.